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Seleção não tem David Luiz e Thiago Silva pela primeira vez em sete anos

Mesmo com 40 nomes, lista de Dunga para a Copa América deixa fora os zagueiros mais badalados. Desde setembro de 2009, pelo menos um sempre era convocado

Por Campelo Sousa

30/04/2016 às 12h51

Dunga e Gilmar Rinaldi apostaram em 6 zagueiros, sem David Luiz e Thiago Silva

A convocação de sexta-feira rompeu uma dinastia na seleção brasileira. Pela primeira vez em quase sete anos não constam os nomes de Thiago Silva ou David Luiz, este a maior surpresa, pois era titular até a última rodada das eliminatórias, e foi preterido por outros seis zagueiros numa lista de 40 nomes. Ao contrário de Neymar, fora em acordo da CBF para que o Barcelona o libere para as Olimpíadas, não houve negociação semelhante com David Luiz.

A má atuação no empate por 2 a 2 com o Uruguai, com direito a um cartão amarelo que o suspendeu para o jogo seguinte diante do Paraguai, parece ter colocado o cabeludo numa lista de “queimados” encabeçada por seu companheiro de equipe, Thiago Silva.

A última vez que nem um nem outro foram convocados foi em setembro de 2009. As partidas eram contra Bolívia e Venezuela, pelas eliminatórias da Copa de 2010, e o técnico, curiosamente, era Dunga. Os zagueiros eram muito jovens. Mesmo assim, Thiago Silva já havia estreado e esteve nas listas seguintes, inclusive na da Copa do Mundo disputada na África do Sul.
Depois daquele Mundial, Mano Menezes assumiu e fez da dupla titular, com exceção da Copa América de 2011, onde resgatou o veterano Lúcio – decisão da qual ele se arrepende, inclusive. Felipão o substituiu no fim de 2012 e manteve Thiago e David. A Copa de 2014, disputada em território nacional, transformou-se de maior sonho no início do pesadelo de ambos.

Por razões diferentes, eles eram ídolos dos brasileiros. Thiago pela liderança, sobriedade. Como capitão, ele levantou a taça de campeão da Copa das Confederações. David, além do carisma natural de suas caretas e seu cabelo, era ícone da relação entre jogadores e torcedores. Sempre atencioso, disposto a atrasar o ônibus da delegação para tirar fotos e dar autógrafos.

Na Copa, Thiago se abalou emocionalmente antes da disputa de pênaltis contra o Chile e tomou um cartão infantil contra a Colômbia, que o tirou da semifinal diante da Alemanha. O 7 a 1 vitimizou David Luiz, acusado de ignorar suas funções defensivas numa atuação desgovernada.
Dunga reassumiu em agosto de 2014. Manteve David e, quando Thiago se recuperou de lesão, também o levou, mas de cara houve um atrito. O zagueiro reclamou publicamente de ter perdido a faixa de capitão para Neymar. Não adiantou nada.

Na Copa América de 2015, ao desviar a bola com a mão, Thiago Silva deu ao Paraguai um pênalti e a chance de levar o jogo também para ser decidido nas penalidades. O Brasil perdeu e Thiago entrou no limbo de Dunga. O técnico perdeu a confiança no zagueiro, embora seu prestígio na Europa, e entre companheiros e adversários, permanecesse inabalado.
Uma convocação com 40 jogadores e sem os dois é emblemática. Desde 2009, só listas restritivas excluíram ambos ao mesmo tempo. Ou seja, em Superclássicos das Américas cuja participação de jogadores do exterior era proibida ou ainda equipes olímpicas.

Miranda, Gil, Marquinhos, Gabriel Paulista, Jemerson e Rodrigo Caio foram os seis zagueiros convocados. Dois serão cortados na próxima quinta-feira. Marquinhos e Rodrigo Caio devem estar nas Olimpíadas, então Dunga pode querer observá-los durante a Copa América. Miranda, titular em todos os jogos sob seu comando, poderá ser um dos mais velhos nos Jogos de agosto. Ver a defesa brasileira sem seus dois ícones recentes será a novidade da competição.

GE

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