Técnicos analisam derrota de Paraibana no UFC e garantem que atleta continua na AKA
Javier Mendez, Leandro Vieira e Edelson Gomes não concordaram com visão dos juízes e revelam que a paraibana pode passar uma temporada treinando na Tailândia
Em agosto de 2015, Bethe Correiaamargou a primeira derrota de sua carreira. O revés veio da forma mais dolorosa possível: no Brasil, sem o apoio de sua torcida e contra a então campeã invicta do peso-galo do Ultimate, Ronda Rousey.
A paraibana, no entanto, não se deixou abater. Juntou suas enconomias, pediu ajuda aos amigos e partiu para os EUA em busca de novos desafios. Encontrou um time de campeões disposto a lhe ajudar a superar seus próprios limites.
Foram três meses de treino duro na AKA (American Kickboxing Academy) em San José, na Califórnia, EUA, casa de atletas como Daniel Cormier, Luke Rockhold, Cain Velásquez e Khabib Nurmagomedov. Em sua primeira luta treinando com a equipe, no entanto, a brasileira não teve o resultado esperado – acabou perdendo na divisão dividida dos jurados para Raquel Pennington, no mês passado. Apesar de não ter saído com a vitória, Correia cativou de vez o time americano, que já garantiu que ela continuará se preparando por lá:
– Ela é uma pessoa ótima de se trabalhar. Sabe ouvir os professores, segue todas as regras, trabalha duro. É, provavelmente, uma das pessoas mais batalhadoras com quem eu já trabalhei. A Bethe tenta fazer o tempo todo exatamente aquilo que os treinadores pedem, é sempre muito respeitosa. Achei que a luta contra a Raquel poderia ter ido para qualquer um dos lados, mas eu dei a vantagem para ela. Independente do resultado, se olharmos a sua última luta e a compararmos com a luta em que ela enfrentou a Ronda, a Bethe mostrou que se desenvolveu muito, e vai continuar melhorando mais e mais – declara Javier Mendez, técnico principal e fundador da AKA.
– Ela se dedicou muito para aprender coisas novas nesse tempo aqui na AKA. Nós fizemos um trabalho muito extenso no chão, para tentar cobrir as brechas que ela tinha nessa área, e conseguimos fechar bastante coisa. Infelizmente a gente não conseguiu ver isso durante a luta, porque o duelo não foi para o chão. Ao final da luta, o Wallid Ismail, empresário dela, até disse que antes a Bethe era uma lutadora, saía na porrada, mas que agora ela virou uma atleta. Então a vitória não saiu, mas a gente conseguiu ver que a Bethe foi capaz de colocar os golpes, de se colocar numa luta como uma atleta de alto nível. Da maneira que ela lutou, sabemos que daqui para frente ela só tem a evoluir – declara Leandro Vieira, treinador de jiu-jítsu do time de San José.
Edelson Silva, treinador de boxe e namorado de Bethe, acompanha a lutadora há bastante tempo e também acha que a mudança de camp para os EUA foi positiva. Ele lembra, no entanto, que tudo só foi possível porque muitas pessoas ajudaram o casal.
– A única dificuldade que tivemos foi financeira, por falta de patrocínio. Viajamos para os EUA e ficamos na casa de pessoas que nos ajudaram, como a Fernanda e o Roger. O lugar em que a gente estava era longe da AKA, tudo precisava de carro, então os amigos nos ajudavam a ir e a voltar. Mas para um camp, concentrada para a luta, tem que ter sacrifício. A gente foi para lá para treinar, para ficar concentrado, e tem que passar por dificuldade mesmo. A dificuldade é o preço da vitória. Os treinos foram ótimos, a Bethe superou as dificuldades dos treinos. Claro que se tivesse recurso de um patrocínio ou algo assim, as coisas teriam sido um pouco mais fáceis.
Correia, no momento, passa férias com a família no Brasil e não tem data para voltar a lutar. Mas no que depender de seus treinadores, logo a brasileira estará de malas prontas para mais uma temporada de treinos.
– Estamos negociando uma data para ela voltar pra cá ou até mesmo uma ida para a AKA na Tailândia, para ela treinar muay thai, mas não estamos com pressa. Esse intervalo entre uma luta e outra é onde a gente acerta os erros e ela precisa desse tempo. Claro que se o UFC decidir colocar uma luta, a gente vai chegar junto e ir para cima. Mas é importante lembrar que a Bethe é uma atleta que começou no MMA em 2012, então ainda é uma criança nesse esporte. Da mesma maneira que ela chegou aqui com esse sonho dentro dela e com essa força de vontade, porque ela é super talentosa e dedicada, também chegaram o Cain Velásquez, o Daniel Cormier e o Luke Rockhold. Eles não eram campeões quando entraram aqui, foi a AKA que os transformou em campeões do esporte – finaliza Leandro.
Sportv
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