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Belo fecha primeiro turno da Série C com campanha irregular e repleto de incertezas

Oscilação na metade desta edição da terceira divisão deixa a equipe com aproveitamento igual ao de 2015, quando ficou no meio da tabela. No entanto, em 2018, o time flerta com o G-4 mais de perto

Por Globo Esporte PB

11/06/2018 às 14h14

Foto: Augusto Gomes/GloboEsporte.com

Nove jogos disputados, duas vitórias convincentes no início, queda de rendimento na sequência e muitas interrogações sobre o futuro próximo. Sem dúvida, a temporada 2018 do Botafogo-PB no Campeonato Brasileiro da Série C não tem sido das mais tranquilas. Ainda sem anunciar um novo treinador depois da saída de Leston Júnior, o Belo vê no seu setor defensivo o principal ponto de desequilíbrio. Mas nem tudo é negativo, afinal a equipe flerta com a classificação para o mata-mata e aposta em lampejos de um elenco encaixado, que é capaz de vencer clubes tradicionais fora de casa, para chegar ao tão almejado acesso.

Com o fim do primeiro turno, o cenário do Grupo A para o Botafogo-PB é o seguinte: o time soma 12 pontos e ocupa a quinta colocação, com um aproveitamento de 44,4%. A distância para o G-4 é de apenas um ponto, mas pode ser ampliada, já que o Salgueiro, que é sexto com 11 pontos, recebe o Santa Cruz, que está em quarto com 13, nesta segunda-feira. No entanto, apenas três pontos afastam o Belo da zona do rebaixamento.

Em relação aos números por setores, o Alvinegro marcou 12 gols em nove jogos, uma média de 1,33 por partida. Mas o que mais está preocupando é a defesa, que foi vazada em 10 oportunidades, com direito a todos esses tentos sofridos nos últimos seis duelos que disputou.

A campanha atual do Botafogo-PB é quase idêntica à de 2015, quando, ao final do primeiro turno, o time possuía também três vitórias, três empates e três derrotas. Porém, aquela edição da Série C foi bem mais desequilibrada, tendo o Icasa como o lanterna de quase toda a fase de grupos, um Fortaleza arrasador e um Belo sem muito brilho, permanecendo no meio da tabela. Naquela ocasião, a defesa botafoguense era ainda pior, fazendo o time terminar tanto o turno quanto o returno com um saldo negativo.

Perda do comando e o técnico interino

Coincidências ou não, em 2015 o Belo apostou em Ramiro Souza como treinador interino depois da saída de Roberto Fonseca. E aquilo significou um time que não tinha tanta ambição pelo acesso quanto o atual. Contudo, nesta temporada, a saída de Leston Júnior no meio da Série C não representou algo tão surpreendente, mas quebrou a lógica de um projeto que tanto tratava o acesso para a Série B como o ponto principal do acordo nos tempos em que o contrato do mineiro com a diretoria alvinegra foi assinado.

Com Ramiro no comando, o Botafogo-PB empatou com a Juazeirense fora de casa; quase venceu. E, apesar de o treinador ser respeitado pela torcida e por quem administra o clube, a própria diretoria botafoguense já admitiu que está procurando um novo técnico, o que, de certa forma, aumenta as incertezas diante de um returno no qual o elenco ainda não conhece quem vai ser o comandante.

Vale ressaltar que Leston Júnior entregou o cargo há quase uma semana e, até agora, o novo treinador não foi confirmado. Nomes como Francisco Diá, Mauro Fernandes e Flávio Araújo foram especulados, sem sucesso, por ora.

Turbulência e omissão da diretoria

Por mais que os jogadores neguem que a Operação Cartola não comprometa o momento do time dentro de campo, essa tensão fora das quatro linhas pode sim atrapalhar, mesmo que indiretamente. A investigação está instaurada no Estado e apura esquemas de corrupção no futebol paraibano e dirigentes do Botafogo-PB são alvos. Inclusive, desde que alguns dos grampos telefônicos interceptados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público foram veiculados na imprensa, o presidente do Belo, Zezinho Botafogo, e o vice-presidente de futebol, Breno Morais, permanecem calados e não aparecem em dia de jogos do clube.

Nessa situação, quem assumiu, de fato, o dia a dia do clube foi o vice-presidente, Guilherme Novinho, e Francisco Sales, que é diretor executivo. Anteriormente, a presença dos principais diretores do Belo era constante nos jogos.

Pressão e críticas por parte da torcida

Com vários motivos para não estar satisfeita, a torcida do Botafogo-PB se mostra incomodada diante de tantos pontos de interrogação. A cobrança é com relação à diretoria, que permanece calada, e também para com o time. Se em 2017 Michel Alves era o principal alvo de críticas dentro de campo, nesta temporada, mais jogadores dividem a responsabilidade pela instabilidade na Série C. No último sábado, por exemplo, o lateral-direito Felipe Cordeiro foi hostilizado nas redes sociais e não foi a primeira vez que isso aconteceu.

Além dele, o lateral-esquerdo Daniel, que ainda não vingou, também tem sido muito cobrado. Nem mesmo o capitão Gladstone possui a confiança que a torcida pensou que teria.

O camisa 9 que o Belo esperava acabou não vingando

Com críticas para jogadores em diversas posições, ninguém foi mais exigido que Nando. O camisa 9, anunciado como contratação de peso ainda no fim de 2017, não é nem longe uma unanimidade. O atacante foi artilheiro do Campeonato Paraibano e é, junto com Marcos Aurélio, o artilheiro do Belo na Série C. Apesar disso, o jogador ainda não possui total confiança.

Uma relação de amor e ódio com o torcedor somada à desconfiança da comissão técnica. Desde o início da temporada, o Botafogo-PB testou vários atacantes para a posição: nomes como Rafael Castro, Alex Gonçalves, Mário Sérgio e até o volante Allan Dias, que chegou a jogar improvisado na função de camisa 9. Dos mencionados, apenas o jovem baiano Mário é que recebe o carinho do torcedor.

Por outro lado, o 10 excede expectativas

Se o dono da camisa 9 ainda não vingou, o detentor da camisa 10 dispensa comentários. Com liderança, um jogo cadenciado e até mesmo muitos gols, Marcos Aurélio é a grande novidade positiva do Belo em 2018. O meia que impõe respeito aos adversários foi o destaque do Campeonato Paraibano e, na Série C, também se destaca. Tanto é que, na partida contra a Juazeirense, a falta de criatividade do meio de campo ficou evidente.

Incertezas e a falta de um comandante efetivo

Após o fim do primeiro turno, o elenco do Botafogo-PB deve se reapresentar nesta segunda-feira. Porém, até o momento, o clube ainda não divulgou a programação da semana. Com Ramiro Souza ainda como técnico interino, o próximo desafio do Belo está marcado para o próximo sábado, quando recebe o Salgueiro no Estádio Almeidão, em João Pessoa. A partida está marcada para as 18h e vai dar largada ao capítulo decisivo do clube na temporada que tanto aguarda a conquista do acesso.

Fonte: Globo Esporte PB - https://globoesporte.globo.com/pb/futebol/times/botafogo-pb/noticia/belo-fecha-primeiro-turno-da-serie-c-com-campanha-irregular-e-repleto-de-incertezas.ghtml

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