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Flamengo abusa dos erros e sofre castigo merecido em BH

Mesmo oferecendo espaços no primeiro tempo, Rubro-Negro domina início da etapa final e fica na frente do placar duas vezes. Expulsão de Cuéllar, no entanto, desencadeia série de vacilos que resulta em justo empate do América-MG, que distancia equipe do São Paulo

Por GE

27/08/2018 às 08h24

Substituições de Barbieri não foram suficientes para que o Flamengo segurasse a vantagem (Foto: Staff Images / Flamengo)

Quinze minutos de bom futebol, uma sucessão de erros, e mais um tropeço de um time que insiste em atrapalhar a si mesmo.

O Flamengo que entrou em campo no Independência na tarde de domingo tanto fez, tanto “insistiu”, que conseguiu ser castigado com o empate por 2 a 2 que o impediu de assumir a vice-liderança e permitiu que o São Paulo abrisse quatro pontos no topo do Brasileirão.

Melhores Momentos de América-MG 2 x 2 Flamengo pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro
Não foram poucos os erros individuais e coletivos do Rubro-Negro no Horto. Marcação baixa e falta de criatividade no primeiro tempo; preciosismo nas finalizações, substituições contestáveis e desatenção no segundo. E, apesar de tudo isso, bastaram 15 minutos para que a vitória estivesse nas mãos. Daí, o erro crucial: a falta precipitada que resultou na expulsão de Cuéllar, aos 19 da etapa final:

– Fez uma escolha errada naquele momento. Não precisava. A bola estava indo na diagonal. Poderia ter deixado o adversário passar e pegar o atalho para confrontá-lo mais na frente – resumiu o ídolo Júnior, comentarista da TV Globo.

Vitinho erra, Robinho avança e Cuellar mata contra-ataque e é expulso aos 19 do 2º
O cartão vermelho (terceiro do colombiano no Brasileirão) desencadeou uma série de tomadas de decisões que permitiu que o América-MG retomasse as rédeas da partida até contar com a sorte da cobrança de falta de Marquinhos tocar na trave e sobrar para Gerson Magrão escorar para o gol vazio. Sorte e justiça para um time que, apesar das limitações, foi muito mais regular durante os 90 minutos.

O Flamengo voltou a mostrar no Independência a inconstância que virou marca no tão falado mês de agosto. A troca de passes envolvente da partida contra o Vitória deu lugar a um time de marcação baixa, até certo ponto preguiçoso, que dava muitos espaços para o Coelho no campo de ataque.

Estatísticas: América-MG x Flamengo

Posse de bola: 48% x 52%
Finalizações: 12 x 12
Chances reais: 6 x 6
Passes errados: 25 x 23
Passes certos: 330 x 339
Faltas cometidas: 10 x 9

Renê cruzou na cabeça de Everton Ribeiro, que mergulhou para fazer um 1 a 0 até certo ponto injusto. Refém de bolas alçadas na área, o Flamengo não repetia a intensidade da etapa inicial do meio de semana e não só não tinha a bola como permitia que o América-MG trocasse passes com liberdade. Não demorou muito para pagar a conta.

A vantagem durou somente oito minutos, até Wesley receber com toda liberdade para dominar, levantar a cabeça e encontrar Rafael Moura nas costas de Léo Duarte. Finalização simples e certeira do He-Man, maior carrasco rubro-negro no Século, com 11 gols por seis clubes.

Ficou de bom tamanho para um primeiro tempo equilibrado em posse de bola (53% x 47% para o Fla), finalizações (5 x 5) e passes errados (13 x 12 para os cariocas).

Na volta do intervalo, os tais 15 minutos de bom futebol, que indicavam um domínio tranquilo do Flamengo até a expulsão de Cuéllar. Em um 4-1-4-1 cada vez mais bem definido, Diego, Everton Ribeiro, Paquetá e Vitinho passaram a se aproximar e se procurar com mais objetividade.

Gool do Flamengo! Éverton Ribeiro faz belo cruzamento para Paquetá que amplia aos 15 do 2º
Logo no primeiro minuto, Diego serviu Everton, que tocou para Vitinho, que tabelou com Paquetá até ser desarmado dentro da área. O Flamengo acordava.

Muito recuado, Diego chegou a dar opção a Diego Alves na saída de bola e demonstrava fôlego para ligar defesa e ataque. Disparado o melhor rubro-negro em campo, Everton Ribeiro não se privava das jogadas individuais pela direita e foi premiado com linda assistência para Paquetá, aos 15: 2 a 1.

O espaçado Flamengo do primeiro tempo viu na aproximação a solução para dominar a partida. Se aproximou tanto, que deu campo na defesa. Foi quando Cuéllar não soube enxergar o “atalho” dito por Júnior, segurou Robinho e foi expulso.

Maurício Barbieri começou a fechar o time. Trocou Dourado por Piris da Motta, Vitinho por Arão, e o América se mandou ao ataque. Everton Ribeiro e Paquetá ainda criaram boas chances, mas o camisa 11 pecou pelo preciosismo na hora de finalizar (como já tinha acontecido diante de Sport e Vitória, veja vídeo abaixo). Foi quando entrou em cena o “filosofo” Muricy Ramalho: “A bola pune”.

Lucas Paquetá tenta cavadinha três vezes, mas não consegue marcar
Se o Flamengo dava brechas, o América-MG ia para o tudo ou nada. Barbieri trocou ainda Diego (que fez grande partida na marcação e distribuição na saída de bola) por Rhodolfo e foi castigado três minutos depois.

Léo Duarte fez falta boba em Robinho, Marquinhos acertou cobrança improvável na trave, e Gerson Magrão escorou sozinho para o gol vazio. Nem com dois volantes e três zagueiros em campo o Flamengo impediu que a lei do ex prevalecesse no empate: 2 a 2.

Resultado ruim, mas não injusto para um time que não precisou fazer muito para tomar as rédeas do jogo (15 minutos de bom futebol e tudo parecia sob controle), mas abusou dos vacilos. Só 1/6 do tempo é muito pouco para garantir os três pontos e não adianta buscar culpado.

Seja pelo recuo excessivo no primeiro tempo, pela expulsão infantil de Cuéllar, pelas cavadinhas repetitivas de Paquetá ou pelas substituições que não deram certo de Barbieri, o Flamengo não mereceu vencer no Horto. Que sirva de lição.

Se há o clichê de que pontos corridos é campeonato de regularidade, o Flamengo rodada sim, rodada não, deixa claro o motivo que o tirou da liderança. Faltando 17 jogos, é preciso aprender a matar os adversários. E no Independência só 15 minutinhos pareciam ser suficientes. Pareciam.

Fonte: GE - https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/fla-precisa-de-apenas-15-minutos-de-bom-futebol-para-ter-jogo-na-mao-mas-abusa-dos-erros-e-sofre-castigo-merecido-em-bh.ghtml

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