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Lutador de UFC Jon Jones admite vício em maconha e relembra acidente com grávida: ‘Me apavorei e fugi’

Enquanto prepara seu retorno ao octógono, ex-campeão dos meio-pesados relembra noites de álcool e drogas e diz ter aprendido com os erros

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25/11/2015 às 08h15

Jon Jones, durante luta contra Daniel Cormier no UFC 182(Foto: Steve Marcus/Getty Images)

De volta ao UFC depois de seis meses de suspensão, o astro americano Jon Jones abriu o jogo. Em uma longa entrevista divulgada pelo site americano MMA Fighting nesta terça-feira, o ex-campeão dos meio-pesados falou sobre seu problema com drogas (admitiu ter sido viciado em maconha) e recordou o acidente que causou seu afastamento do esporte – em abril, Jones bateu seu carro no de uma mulher, que estava grávida, e fugiu sem prestar socorro. "Não sou um monstro, só tomei uma decisão horrível", lamenta o atleta.

Durante o papo de quase uma hora, Jones relatou pela primeira vez o que lembra da noite que culminou em sua suspensão. Ele diz ter acordado no meio de uma festa, quando decidiu ir para casa. "Foi tudo muito louco. Ainda estava muito cansado. Entrei no carro e parei em um sinal vermelho. Lembro de mandar mensagem no meu celular. O sinal ficou verde, e eu achei que era do meu sinal, mas era da via que cruzava. Aí, entrei no tráfego. Tudo aconteceu muito rápido. Sabia que tinha feito besteira. Comecei a pensar se tinha alguém machucado. Eu pensei: 'Estou fora de casa, ainda estou com o cheiro de ontem, preciso ir embora. Isso vai virar uma bagunça. Fiquei com medo, me apavorei e fugi."

Jones revelou que só descobriu que havia atingido uma mulher grávida quando chegou ao hotel e recebeu ligações de seu empresário e de sua esposa. Ele diz ter se desesperado e cogitado até encerrar sua carreira. "Isso me assustou. Comecei a pensar que poderia passar o resto da vida na cadeia. Não sabia como ficaria o bebê, não sabia quanto tempo ela estava grávida. Pensei que não lutaria de novo. Honestamente, pensei em jogar a toalha. Desistir de tudo, não suicídio, mas desistir da minha vida pública. Não precisaria mais responder perguntas, lidaria com isso com apenas minha família. Pensei: 'não tenho mais nada a provar, venci todo mundo, fiz coisas grandes. É o fim, estraguei minha carreira'".

Jones, de 28 anos, admitiu que fumava e bebia com frequência, mesmo quando se preparava para alguma luta importante. "Demorou para eu ver que tinha um problema. Eu podia cuidar da minha família, ganhar as lutas, podia me esconder do mundo para beber e fumar maconha três a quatro vezes por semana. Eu não achava que tinha um problema, mas agora que estou sóbrio vejo o tamanho do problema e fico irritado de lembrar de todas as horas que passei drogado e todos os dólares que gastei".

O atleta admitiu o vício por maconha e álcool, mas disse ter usado cocaína uma única vez (justamente quando foi pego no doping). "E eu amo beber. Posso dizer que festejo como poucos. Mas cocaína eu provei em uma noite e a Comissão Atlética veio no dia seguinte. As pessoas queriam me pintar como usuário, mas estava longe disso. Nunca poderia chegar aonde cheguei com a cocaína. Eu era viciado em maconha. É difícil admitir, mas eu era, e agora não sou mais. Me sinto livre e grato por tudo que aconteceu comigo."

Com visual diferente – sem barba e mais musculoso – Jones vem cumprindo sua pena. Ele presta serviços comunitários que incluem palestras a crianças pelos Estados Unidos, nas quais relata seus erros e aconselha os jovens a não se envolver com drogas. Ele garante estar curado. "Não bebo e nem fumo maconha mais. Parei há três ou quatro meses."

Treinando forte, Jones se diz pronto para voltar a lutar e recuperar o cinturão. "Foram tempos de aprendizado e crescimento. Tive a oportunidade de reavaliar a vida, olhar para mim sem ser campeão do UFC, olhar para Jonathan Jones como uma pessoa, um pai, e não só como um atleta." O retorno do astro ainda não tem data marcada, mas deve ocorrer no primeiro semestre de 2016.

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