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‘Fifa 16’: Futebol feminino é mais cadenciado, afirma produtor brasileiro

Segundo o produtor, a ideia de trazer o futebol feminino para a série Fifa é antiga

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09/07/2015 às 14h20

Inclusão de seleções femininas é principal função nova de 'Fifa 16' (Foto: Divulgação/EA Spo

Demorou, mas foi na hora certa. A inclusão de seleções femininas em "Fifa 16" casou com a crescente discussão sobre representatividade no futebol, com ano de Mundial da categoria e a própria popularização do esporte nos Estados Unidos. Mas isso também trará mudanças para o comportamento do game em si. Segundo Gilliard Lopes, produtor brasileiro da série "Fifa", o futebol feminino é mais cadenciado e menos explosivo que o masculino, e essas características estão preservadas dentro do game. Assista ao vídeo acima.

"Isso é fruto da observação do futebol real. Nós temos um time de mais de 3 mil olheiros em todo o mundo que captura dados para nós observando futebol, e desta vez eles tiveram que fazer esse trabalho também para o futebol feminino", contou Lopes ao G1 na terça-feira (7), em São Paulo, durante o evento WB Games Summit.

A afirmação condiz com nossas impressões com o controle nas mãos. Jogar com as mulheres em "Fifa 16" se traduz em um futebol mais agressivo, talvez até mais pensado. Em que as características físicas do corpo feminino, como altura e o próprio tamanho do corpo, influenciam (e muito) na preocupação com o posicionamento da goleira em bolas aéreas e no próprio domínio de bola no meio de campo, por exemplo.

Não é de hoje
Segundo o produtor, que trabalha nos estúdios da EA Sports em Vancouver, no Canadá, a ideia de trazer o futebol feminino para a série "Fifa" é antiga – a primeira tentativa é de 2012 – mas as tecnologias de animação e física disponíveis na época não eram capazes de reproduzir a diferença entre as duas categorias.

"Lá em 2012, as nossas ferramentas internas, nossos engines de animação e física, não estavam com a flexibilidade necessária para representar as proporções do corpo da mulher, que são bem diferentes das proporções do corpo masculino", conta. "E o resultado desse primeiro protótipo parecia um corpo de homem com cabeça de mulher. Então resolvemos não lançar naquela época, porque não estávamos satisfeitos, e continuar desenvolvendo".

Fifa 16 times femininos
Para conseguir fazer isso, as atletas do futebol feminino foram convocadas para o estúdio para a mesma captura de movimentos que é feita ano após ano com os homens. "Um dos grandes desafios é a quantidade de animações que 'Fifa' tem", segundo Gilliard.

O brasileiro também afirma que, de forma alguma, o futebol feminino de "Fifa 16" será inferior tecnicamente que o masculino. "Talvez atributos como aceleração, força e contato físico sejam um pouquinho mais retraídos em relação ao futebol masculino, enquanto outros atributos, como técnica, são do mesmo nível. A melhor jogadora em termos técnicos de 'Fifa 16' não vai deixar a desejar nada aos jogadores de técnica mais apurada no futebol masculino", diz.

Os jogadores de "Fifa" não sabem o que é ver um Corinthians x São Paulo dentro do game desde "Fifa 14", já que no ano passado "Fifa 15" chegou sem os times do Brasileirão. Na época, a EA disse que o processo de licenciamento de direitos dos atletas que atuam no país havia mudado, e que, por falta de segurança legal, optou por remover as equipes do jogo. Apesar de ainda não confirmar o retorno para 2015, Gilliard Lopes está otimista. Veja no vídeo acima.

"Poder chegar o dia de dar essa notícia, se ela realmente vier a acontecer, é o que mais espero esse ano. Mas infelizmente, por enquanto, não estamos anunciando nada porque não está 100% finalizado", conta o produtor ao G1, indicando que as conversas ainda estão em curso.

"E o motivo para não falarmos, se já fechamos com o clube tal ou não, é porque isso pode atrapalhar as negociações. Um clube fica sabendo que o outro já fechou, pensa que tem mais títulos brasileiros, que pode cobrar mais", conta.

"Fifa 16" será lançado em 22 de setembro para PlayStation 4, Xbox One, PC e também para Xbox 360 e PS3. Narração e comentários da versão brasileira ficam mais uma vez a cargo de Tiago Leifert e Caio Ribeiro.

G1 

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