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Flamengo faz o seu pior jogo do ano e precisa aprender a lidar com catimba na Libertadores

Mal tecnicamente, Rubro-Negro fica preso à marcação, não cria quase nada contra o Peñarol em pleno Maracanã, perde a cabeça, tem artilheiro expulso e sofre a sua segunda derrota em 2019

Por Globo Esporte

04/04/2019 às 08h01

O rubro negro decepcionou os torcedores (Foto: Alexandre Loureiro/Estadão Conteúdo)

Foram apenas duas derrotas no ano, mas não foram quaisquer derrotas. Em três jogos “grandes” em que escalou sua força máxima diante de sua torcida no Maracanã, o Rubro-Negro só ganhou da LDU, do Equador. Quarenta e oito dias depois da derrota por 1 a 0 para o Fluminense na semifinal da Taça Guanabara, os comandados de Abel Braga voltaram a perder na última quarta-feira, e pelo mesmo placar: desta vez para o Peñarol, do Uruguai, e viram escapar a liderança do Grupo D na Libertadores.

Foi a pior atuação do Flamengo considerado titular em 2019. Vontade não faltou para os jogadores, isso é nítido, mas a parte técnica ficou devendo. E muito. Sabe aquele jargão do futebol, de que se não dá na técnica vai na raça? Nem sempre é assim. Quando dá “empate” na disposição, é a qualidade, individual e coletiva, que faz a diferença. Mas peças-chave, como Diego, Everton Ribeiro e Bruno Henrique, por exemplo, estiveram irreconhecíveis diante dos uruguaios. A ponto de Abel arriscar uma formação nunca antes usada, com Vitinho, Gabigol e Bruno de centroavante. Em vão.

A torcida ficou mal acostumada com as atuações nestes primeiros meses do ano. O Flamengo vinha criando muito. Perdia muitos gols, é verdade, mas fazia outros e deixava o saldo sempre positivo. Mas contra o Peñarol, o goleiro Dawson nem sujou a roupa. O time não conseguiu furar a forte marcação e só teve uma chance clara de gol em uma bola parada no fim do primeiro tempo, que Gabigol raspou de cabeça, e Bruno Henrique quase pegou o rebote – sem considerar o chute cruzado de Gabigol, pois não tinha ângulo –, enquanto os uruguaios tiveram quatro oportunidades.

Para piorar, o time caiu na pilha uruguaia e ficou nervoso. Era aquele famoso “jogo de paciência”, mas a paciência rubro-negra foi se transformando em aflição com o passar do tempo ao ver que não conseguia jogar. E não demorou para alguns jogadores perderem a cabeça: Gabigol foi expulso por carrinho forte em Rojo, enquanto Cuéllar também deveria ter sido por agressão a Núñez. O Flamengo precisa aprender a lidar com a catimba, seja por cera em tiros de meta; revezamento de faltas; provocação com encaradas ou xingamentos ao pé do ouvido… Tudo isso é Libertadores.

Outras observações:
E o Arrascaeta? A torcida ficou na bronca porque o uruguaio, talvez desgastado da final da Taça Rio, não entrou em campo. Mas o que é mais difícil ainda de explicar é por que não ter feito a terceira alteração, fosse com qualquer outro atleta. Em time que está com um jogador a menos não pode se dar ao luxo de morrer com substituição na mão. Os jogadores têm que correr mais e naturalmente cansam mais, qualquer pulmão cheio ajuda a renovar o fôlego;

Cabeça quente: A expulsão de Gabigol é a terceira do Flamengo em menos de um mês. Bruno Henrique foi o primeiro jogador rubro-negro a receber cartão vermelho no clássico contra o Vasco no dia 9 de março, e na semana passada o próprio atacante voltou a ser expulso no Fla-Flu da semifinal da Taça Rio. Precisa-se esfriar o sangue no Ninho do Urubu;

Nem tudo foi ruim: o próprio Abel Braga admitiu em entrevista coletiva após a partida que alguns jogadores estiveram abaixo do que podem render. Certamente não foi o caso do goleiro e da dupla de zaga. Diego Alves, Léo Duarte e Rodrigo Caio se salvaram em meio à decepcionante noite no Maracanã. O camisa 1 evitou um gol à queima-roupa, enquanto os defensores impediram vários ataques com desarmes e roubadas de bola;
Trinca negativa: foi apenas o terceiro jogo dos 19 que o Flamengo já disputou na temporada que o o time termina sem estufar as redes. Já havia acontecido na derrota anterior, por 1 a 0 para o Fluminense; e no empate por 0 a 0 com o Volta Redonda, quando Abel Braga poupou o time titular e escalou os reservas. Rubro-Negro tem média de 1,8 gol por partida em 2019.

Após a derrota, o Flamengo caiu para segundo lugar do Grupo D com os mesmos seis pontos do Peñarol, mas com um gol a menos de saldo. O Rubro-Negro volta a campo na Libertadores na quinta-feira que vem, contra o San José, da Bolívia, no Maracanã. Antes, porém, o time de Abel Braga decide uma vaga na final do Campeonato Carioca neste sábado, diante do Fluminense, também no Maraca. Os jogadores se reapresentam na tarde desta quinta no Ninho do Urubu.

Fonte: Globo Esporte - https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/analise-flamengo-faz-o-seu-pior-jogo-do-ano-e-precisa-aprender-a-lidar-com-catimba-na-libertadores.ghtml

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