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Sertanejo da região de Catolé do Rocha sagra-se tri-campeão mundial no atletismo paralímpico, na França

O paraibano Petrúcio Ferreira manteve a hegemonia de quase oito anos na prova dos 100m da classe T47 (amputados de braço) e conquistou o tricampeonato mundial ao chegar em primeiro com o tempo de 10s37, cravando o novo recorde da competição

Por Luiz Adriano

18/07/2023 às 10h42 • atualizado em 18/07/2023 às 12h34

Petrúcio Ferreira - tricampeão paralímpico - foto: divulgação/instagram/Petrúcio Ferreira

Natural de São José do Brejo do Cruz, na região de Catolé do Rocha, o paraibano Petrúcio Ferreira, ganhou medalha de ouro nesta segunda-feira (17), no último dia de competição Mundial de atletismo paralímpico, na capital francesa.

O sertanejo manteve a hegemonia de quase oito anos na prova dos 100m da classe T47 (amputados de braço) e conquistou o tricampeonato mundial ao chegar em primeiro com o tempo de 10s37, cravando o novo recorde da competição. Desde os Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015, o atleta considerado o mais rápido do esporte paralímpico vence esta prova em grandes competições internacionais contra atletas da sua classe.

Essa foi a quinta medalha de Petrúcio em Mundiais. Além dos ouros nos 100m em Dubai 2019 e Londres 2017, tem outros dois títulos – nos 400m também em Dubai 2019 e nos 200m em Londres 2017. É ainda o atual bicampeão paralímpico dos 100m (Rio 2016 e Tóquio 2020).

“Cada conquista para mim é como se fosse a primeira. Eu sempre lembro de onde eu vim. Essa conquista vale muito para mim. Quem é atleta sabe qual é a nossa dedicação do dia a dia, os momentos difíceis que a gente passa. É tudo por um sonho. Agradeço à minha família, ao meu treiandor Pedrinho, à torcida e à minha esposa, que passou vários momentos complicados ao meu lado. Não larguei tão bem, errei na minha terceira passada. Poderia ter acertado mais, mas saio feliz com meu terceiro mundial”, afirmou Petrúcio, que sofreu um acidente com uma máquina de moer capim aos dois anos e foi submetido a amputação de parte do braço esquerdo, abaixo do cotovelo.

RESILIÊNCIA

O paraibano que hoje tem 26 anos, é filho de agricultores da zona rural da pequena cidade de São José do Brejo do Cruz, na região de Catolé do Rocha, no Sertão paraibano. Ele que sempre acompanhava os pais quando criança, com menos de dois anos de idade, veio a perder uma mão e uma parte do antebraço ao sofrer um acidente em uma forrageira que seu pai usava para moer capim para o gado.

O paraibano natural de São José do Brejo do Cruz tem uma história de resiliência – foto: divulgação/instagram/Petrúcio Ferreira

Petrúcio nunca deixou se abater com a perda do membro e sempre enfrentou com naturalidade as dificuldades da vida.

Ele cresceu e como amante do futebol foi visto por um dos organizadores de um campeonato de jogos escolares na cidade de Patos, o qual indicou o atleta para Pedro Almeida, técnico da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), e a partir daí deu-se início a sua carreira.

MUNDIAL DE ATLETISMO PARALÍMPICO 2023

O Brasil realizou a sua melhor campanha na história dos Mundiais de atletismo paralímpico ao conquistar 47 medalhas no total e terminar na segunda colocação na competição encerrada em Paris, na França, nesta segunda-feira, 17. Jamais os brasileiros haviam obtido tamanho êxito em um Mundial da modalidade.

Com sete pódios (dois ouros, duas pratas e três bronzes) neste último dia de provas, o país terminou a competição com dois a mais do que os chineses (47 a 45). No entanto, os brasileiros ficaram na vice-liderança do quadro geral de medalhas por uma diferença de dois ouros para os asiáticos – foram 14 contra 16. O país somou também 13 pratas e 20 bronzes, enquanto os chineses obtiveram 16 pratas e 13 bronzes. Desde o Mundial em Assen 2006, na Holanda, a China não era superada em número de pódios na competição — exceção à edição de Lyon 2013, quando os chineses foram com uma delegação reserva e terminaram na sexta colocação.

Com isso, o Brasil superou a sua melhor campanha na história da competição, registrada em Dubai 2019, quando os brasileiros ficaram na segunda colocação do quadro geral, com 39 medalhas no total: 14 de ouro, nove de prata e 16 de bronze. O desempenho também ultrapassou o resultado da edição de Lyon 2013, que até então era a melhor performance nacional, com 40 pódios no total, sendo 16 ouros, 10 pratas e 14 bronzes, na terceira posição geral.

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